Estrutura das escolas municipais inviabiliza retorno seguro, diz diretora da Educação

Escola Alcenira Ribeiro de Castro participa do desfile pelos 71 anos de Bela Vista do Paraíso. Foto: Filipe Muniz

Enquanto as aulas presenciais foram liberadas nas instituições privadas de Bela Vista do Paraíso, nas públicas o ensino continuar de maneira remota por tempo indeterminado. De acordo com a diretora do Departamento Municipal de Educação, Letícia Nunes, uma série de situações justificam manter as aulas como estão. Dentre as razões estão a quantidade de alunos e o tamanho das salas, além da logística de transporte.

Segundo a diretora, as escolas particulares da cidade atendem menos crianças. São 70 em uma delas e 250 em outra, com oito a 12 em cada sala. Já as creches e escolas públicas atendem 1.364 alunos, com 22 a 30 em cada sala. Seria impossível atender muitos alunos mantendo a distância de 1,5 metros entre elas. “A gente teria medo de contaminar tanto essas crianças quanto os nossos profissionais”, disse Letícia.

Outro fator importante foi a logística de transporte. Ao contrário de alunos das escolas particulares, muitos da rede pública dependem do ônibus municipal. Em um formato híbrido, com menos alunos nas salas, os veículos teriam que se deslocar aos sítios por exemplo, para transportar poucos alunos.

“Não quer dizer que a Prefeitura não dá estrutura. É que a nossa realidade e dos municípios vizinhos é essa”, afirmou a diretora. Ela contou que todos os municípios do Núcleo Regional de Educação estão na mesma situação, com as aulas presenciais suspensas. Apenas Primeiro de Maio e Sertanópolis estavam ofertando aulas presenciais, mas somente para alunos com dificuldades de aprendizado. Em Bela Vista, esses alunos também recebem atendimento individualizado, mas pela internet.

Letícia afirmou ainda que o departamento está adquirindo os equipamento de proteção necessários para o eventual retorno das aulas presenciais. “Estamos nos organizando, montando os protocolos para que a gente possa retornar o mais breve possível, porém com segurança”, afirmou.

A decisão de não liberar o ensino presencial foi tomada de forma unânime em uma reunião da qual participaram a equipe do Departamento de Educação, membros do Conselho Municipal de Educação (CME), representantes do Departamento Municipal de Saúde e da Câmara Municipal.