Debate sobre mandatos das diretoras gera divergências nas escolas municipais

mandatos educação departamento Foto: Filipe Muniz

Profissionais das escolas municipais de Bela Vista do Paraíso estão debatendo o que fazer em relação aos mandatos das diretoras, que terminam neste ano. De um lado, alguns defendem a prorrogação dos mandatos atuais por mais um ano. De outro, há aqueles que defendem a realização de uma nova eleição. O impasse será decidido pela própria comunidade escolar e deve ser acatado pela Câmara Municipal.

As diretoras haviam sido eleitas e tomaram posse em janeiro de 2020 para um período de dois anos. Nesta semana, a Prefeitura Municipal enviou aos vereadores a proposta do Departamento Municipal de Educação. A ideia do projeto de lei era prorrogar os mandatos atuais por mais um ano.

É que para o departamento, a suspensão das aulas presenciais, desde março de 2020, causou prejuízos educacionais aos alunos. Nesse cenário, o afastamento das diretoras e suas respectivas coordenadoras para a eleição poderia prejudicar ainda mais.

“Neste momento de pandemia, sabemos que caberá às diretoras e suas respectivas coordenadoras conduzirem nas escolas a retomada do ano letivo normal com indicação das equipes”, diz a justificativa do projeto.

O texto ainda diz que o adiamento das eleições e prorrogação do mandato “são importantes para resguardar a saúde da comunidade escolar e a tranquilidade para a realização do pleito eleitoral em um outro período”.

DEBATE

Apesar de o departamento ter apresentado esse projeto após ouvir as diretoras, um grupo ainda estava descontente.

Para um grupo de professoras e diretoras, a prorrogação foi tida como uma boa ideia. Porém, alguns professores acham que a prorrogação seria um descumprimento do Plano de Cargos do magistério, que prevê o direito de escolha e foi uma conquista da categoria.

Além disso, em algumas escolas os professores não estão satisfeitos com a diretora que está em exercício. Por isso, são contra prorrogar o mandato delas por mais um ano.

Mas por outro lado, outras diretoras lembram que a pandemia gerou a suspensão das aulas presenciais, por isso não deu tempo para que elas aplicassem o plano de trabalho proposto. Elas acham que apenas realizar outra eleição seria injusto porque não tiveram como mostrar o seu trabalho.

IMPASSE NA CÂMARA

Antes de analisar o projeto enviado, a Câmara Municipal decidiu ouvir as professoras. Isso aconteceu em uma reunião realizada na manhã desta sexta-feira (24). As educadoras apresentaram seus argumentos e o debate parece ter chegado a um denominador comum.

Por meio de um formulário on-line, as professoras poderão decidir se querem a eleição ou a prorrogação. Porém, ficou acordado que, no caso de eleição, os vereadores farão uma mudança na lei para permitir, excepcionalmente, a recondução de diretoras que já cumpriram dois mandatos.

Pelas informações ouvidas pelo Telégrafo, tudo indica que esta opção agrada ambas as partes. Isso porque manteria o plano de cargos e daria a possibilidade de trocar as diretoras que não estão agradando, mas também de dar mais dois anos àquelas que forem reeleitas.

Se for essa a decisão dos professores, a tendência é de que a câmara acate. Conforme a apuração, os vereadores preferem seguir o desejo da maioria a decidirem por conta própria.

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Matéria atualizada às 19h40 para incluir a informação sobre o plano de cargos, que havia ficado de fora na versão anterior.