Em interrogatório, Bruno dá sua versão de como e por que matou Benê

Foto: Filipe Muniz/Telégrafo

O interrogatório de Bruno Cesar da Costa (24 anos), um dos acusados no assassinato de Lucas Henrique dos Santos Ferraz, conhecido como Bené, à época com 19 anos, foi marcado por sua confissão. Ele disse ter sido o único responsável por matar e ocultar o corpo do jovem, e contou como e por que isso aconteceu.

RECEBA AS NOTÍCIAS PELO WHATSAPP
envie #Telégrafo para 98851-7034

Segundo Bruno, a rixa teria começado meses antes, em outro posto de combustíveis, quando Benê não gostou de vê-lo conversando com uma menina que seria sua namorada. Bruno alega que, por isso, Benê lhe deu os tiros que acertou sua nuca. O juiz Helder José Anunziato, que presidia a sessão, lembrou que durante a investigação dessa tentativa de homicídio contra Bruno, ele deu depoimentos e identificou os suspeitos, mas nunca mencionou que Benê fosse o responsável. Bruno alegou que não o fez porque se Benê fosse preso, poderia mandar mata-lo.

Bruno contou que foi provocado pela vítima quando chegou no posto Indy, local das agressões. Benê teria ficado ‘encarando’ e teria cuspido nele, que revidou jogando uma lata de cerveja em sua cara. As agressões teria se seguido conforme outras narrações: Junior entra na briga, Willian também. Benê foge para a loja de conveniência, é retirado de lá por Junior depois de algum tempo e apanha novamente. Na sequência, Benê consegue fugir e corre em direção à rua Sérgio Lara. Bruno alega que a vítima lhe fez ameaças, dizendo que dessa vez o mataria.

Em primeira plano, Bruno. Atrás, o promotor substituto Ricardo Augusto Faria Monteiro e o juiz Helder José Anunziato. Foto: Filipe Muniz/Telégrafo

O ASSASSINATO DE BENÊ
veja todas as matérias sobre o caso

O acusado correu atrás do jovem e conseguiu pega-lo na casa/lanchonete do Tinir. Teria lhe agredido mais um pouco. No entanto, Bruno alega que, depois disso, subiu até a avenida Independência, onde Willian e Ricardo passavam de carro, e foi embora com eles. Willian contou que perguntou onde estava Benê e Bruno respondeu que ele havia ficado lá na rua. O relato vai ao encontro do que contou a testemunha Valtinir Rigoni Cuencas, que disse ter visto Benê descendo a rua sozinho, enquanto os acusados não estavam mais lá.

Bruno conta que foi para casa, com os parentes, enquanto seu irmão, Junior, ficou no posto. Bruno alega que ficou pensando nas supostas ameaças feitas por Benê e, com medo, resolveu que deveria matá-lo. Pegou uma arma e o veículo Saveiro com o qual o irmão havia acabado de chegar, e foi para Bela Vista procurar a vítima. Encontrou-a sentada em um banco na área externa do bosque, desceu do veículo, apontou a arma e efetuou disparos na direção de sua cabeça. Benê se assustou, mas não chegou a tentar fugir.

Depois, Bruno relata que colocou o corpo na traseira da caminhonete. O juiz perguntou se ele conseguiu carregar o corpo sozinho, se não era pesado, e como foi para colocar na Saveiro. Bruno disse que o corpo era leve e que conseguiu fazer sozinho. O acusado afirmou que, em seguida, dirigiu em direção a Santa Margarida para ir até o ribeirão Vermelho se livrar do corpo. A declaração vai no sentido do que disse outra testemunha, que afirmou ter visto Bruno descendo de madrugada em direção a Santa Margarida dirigindo a Saveiro. Ele contou que chegou a pensar que seria Junior, que costumava dirigir o veículo e era seu colega, mas percebeu que era Bruno.

O ASSASSINATO DE BENÊ
veja todas as matérias sobre o caso

Chegando no ribeirão, o acusado disse que usou uma rede de balanço que ficava na saveiro para enrolar o corpo junto com pedras. Depois, o jogou por cima da ponte. Retornou para casa, lavou a traseira da Saveiro, não falou a ninguém sobre o ocorrido, e, segundo ele, que nem dormiu. No outro dia, ele conta que algumas pessoas foram até a chácara onde ele morava querendo saber onde estava Benê. Foi aí que Bruno contou aos familiares que havia matado o jovem. Sobre a Saveiro, que nunca foi encontrada, ele disse não saber quem a levou. Também contou que jogou a arma no ribeirão.

“Acabei com a minha vida”, declarou Bruno.