Cidadãos testam as urnas eletrônicas no Fórum Eleitoral de Bela Vista; saiba mais

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Diversas urnas que serão usadas na votação do próximo dia 28 em Bela Vista do Paraíso estiveram disponíveis para serem testadas por qualquer cidadão. O procedimento foi realizado na quinta-feira (18) no Fórum Eleitoral do município. Também foi feito o processo de geração de mídias, carga e lacração da urnas eletrônicas.

Os equipamentos puderam ser escolhidos aleatoriamente pelas pessoas que compareceram. Depois disso, foi feita uma simulação da votação, exatamente como ocorre no dia das eleições: as urnas foram ligadas, com a Memória de Resultado (espécie de pendrive onde são armazenadas as informações criptografadas dos votos dados a cada candidato), seguidos da geração da chamada Zerésima, relatório que mostra que nenhum voto foi computado ainda. Com o sistema funcionando, os eleitores presentes realizaram a votação, que foi anotada também em papel. Terminado o processo, a urna foi finalizada e gerou o Boletim de Urna, que mostra todos os votos dados naquele equipamento. A comparação com o que foi anotado mostrou que os votos dados na urna foram realmente os indicados no Boletim.

A zerésima mostra que nenhum voto havia sido computado naquela urna. Foto: Filipe Muniz

Apesar de ser um evento público, poucas pessoas compareceram. Foram elas: o juiz da 77ª Zona Eleitoral, Helder José Anunziato; a promotora eleitoral Ana Maria de Oliveira Santos; o prefeito municipal, Edson Vieira Brene; o representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), José Agenor Gonçalves de Melo e um eleitor que foi até o Fórum para justificar a sua abstenção e acabou participando. O jornalista do Telégrafo, que cobria o evento, também votou nas duas urnas, que foram escolhidas pela promotora e pelo prefeito.

O juiz Helder Anunziato criticou duramente a ausência de eleitores na cerimônia, lembrando que muitos fazem acusações de fraudes mas não comparecem na auditoria das urnas.

O resultado da votação nas urnas sai no relatório em papel, mas também é armazenado na Memória de Resultado. Foto: Filipe Muniz

FRAUDES

O chefe do cartório eleitoral, Pedro Gianvecchio, lembrou que as urnas eletrônicas não são conectadas à internet, o que impede a invasão de hackers, e falou sobre os procedimentos que garantem a confiabilidade dos equipamentos: “Essa auditoria que a gente fez é uma das etapas, mas tem outras no sábado (27), tem as urnas que são escolhidas aleatoriamente e levadas para a auditoria pelos partidos, tem a Tabela de Correspondência, onde somente o resultado da urna que a gente preparou é aceito”. Como informou Gianvecchio, uso das urnas eletrônicas não é imposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Todos os partidos no Brasil – são mais de trinta – vão no TSE e concordam com isso”, afirmou.

O boletim de cada urna, impresso no equipamento que não tem acesso à internet, fica disponível para consulta no Fórum Eleitoral. Foto: Filipe Muniz

Ele recomendou que os eleitores não devem ir à votação com a expectativa de que haverá fraude. “É importante o eleitor ir tranquilo em relação à segurança das urnas. O problema é o eleitor que chega desconfiando sem nenhuma base”, disse. Para o chefe de cartório eleitoral, a disseminação de informações falsas coloca em descrédito o trabalho dos funcionários da Justiça Eleitoral. “Todo mundo aqui fica sem final de semana, a gente está aqui de portas abertas, tudo transparente. As pessoas ficam disseminando essas notícias e não vêm aqui olhar a urna”, criticou ele. Pedro Gianvecchio instruiu que qualquer problema nas urnas deve ser informado ao mesário, que registrará a ocorrência, e lembrou que os eleitores podem consultar o Boletim de Urna nas salas de votação, após o encerramento das votações, no Fórum Eleitoral, e até mesmo no site do TSE.

O processo realizado nesta quinta-feira foi idêntico ao do dia de votação. Foto: Filipe Muniz

OUTRO PROCEDIMENTO

O Fórum da 77ª Zona Eleitoral, responsável pelas cidades de Bela Vista do Paraíso e Alvorada do Sul, realizou também o processo de geração de mídias, carga e lacração da urnas eletrônicas. Os dados dos eleitores aptos a votar e dos candidatos disponíveis já foram inseridos nos equipamentos antes do primeiro turno. Agora, “a gente coloca uma mídia de resultado, que faz iniciar o segundo turno. Ela bloqueia os candidatos do primeiro turno. Para o Paraná [que elegeu governador no primeiro turno] só vai aparecer a votação para presidente”, explicou Pedro Gianvecchio.