Vereadora diz que foi ameaçada para votar contra aumento de salários

Foto: Filipe Muniz/Telégrafo

A vereadora Isabela Gasparelli (PL) afirmou que sofreu ameaças para que votasse contra a proposta de aumento de salário para os advogados públicos, aprovada nesta terça-feira (26).

Ela disse que foi procurada em sua casa pelo sargento aposentado Geovani Pascoal, que produz vídeos com críticas à atual administração municipal.

Segundo Isabela, ele teria lhe dado dois “tapinhas” no rosto, fazendo ameaças veladas e dizendo que “para um bom entendedor, meia palavra basta”.

“Ele pegou no meu rosto e disse que quando ele tivesse falando comigo era para eu olhar para a cara dele”, contou. Ela afirmou também que ele estava armado e ameaçou expor questões de sua vida pessoal nos vídeos que grava.

“Eu acredito que essa não é a maneira certa de resolver a política, porque ele não pode ir na minha casa armado para fazer eu votar contra ou a favor”, disse Isabela.

O relato aconteceu durante a sessão. Foi nesse momento que os manifestantes, que acompanham os vídeos de Pascoal, interromperam a vereadora e começaram uma discussão. Veja:

JUSTIÇA

Diante das supostas ameaças, a vereadora recorreu à Justiça. O juiz Júlio Farah Neto lhe concedeu medida protetiva, baseada na Lei Maria da Penha.

Com a decisão, Pascoal deve ficar a pelo menos 50 metros de distância da vereadora e de familiares dela. Não pode frequentar os lugares em que ela estiver, nem se comunicar com ela, ainda que por meio de outra pessoa.

A decisão vale por 30 dias, mas pode ser prorrogada caso a vereadora solicite.

OUTRO LADO

O TELÉGRAFO procurou o sargento aposentado na manhã desta quarta-feira (27) para ouvir sua versão do que aconteceu. Ele disse que não estava na cidade, e não conseguiria responder naquele momento. Ao longo do dia, ele afirmou apenas que a vereadora mentiu, que está “sendo usada”, e que ele publicaria vídeo sobre o assunto.

O TELÉGRAFO esperou até à noite para conversar com Pascoal, mas não houve resposta. O espaço continua disponível para eventual manifestação.

 

*Matéria atualizada às 21h34 para corrigir o nome do juiz que concedeu a medida protetiva.