Quem passa pelas ruas e prédios públicos de Bela Vista do Paraíso já deve ter notado diversas flores amarelas feitas em Eva. Elas são o símbolo da campanha de combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes, realizada em 18 de maio. Em alusão à data, servidores da Assistência Social, Conselho Tutelar e outras áreas estiveram nas ruas neste sábado (18) em uma ação coletiva.
Através da distribuição de panfletos e adesivos, e da conversa com a população, eles procuraram alertar sobre a violência sexual, que pode ocorrer através do abuso e da exploração sexual. A exploração acontece pela utilização sexual de menores com intenção de lucro ou troca. É o caso da prostituição, pornografia infantil, e redes de tráfico e turismo sexual.
Já o abuso é a utilização do corpo de uma criança ou adolescente para a prática de qualquer ato de natureza sexual. Como lembram os conselheiros tutelares, não se trata apenas de casos extremos, como de estupro, mas também de outras formas. “Por exemplo, um parente ou alguém próximo que vai dar banho na crianças e aproveita para passar a mão em suas partes íntimas está cometendo abuso”, explicam. Segundo eles, alguns casos do tipo são registrados no município mensalmente. “É muito para um município pequeno como esse”, avaliam os conselheiros.
Além de esclarecer sobre o problema, a campanha tem o objetivo de apresentar as diferentes formas de combatê-lo. Uma delas é o Disque 100, linha que recebe denúncias anônimas e encaminha às autoridades. Também é possível denunciar ao Conselho Tutelar e às polícias Civil e Militar. “O objetivo maior da campanha é incentivar que as pessoas denunciem sempre, quebrar esse medo que algumas pessoas têm de denunciar”, disse a assistente social Marilene Ruiz.
Na ação realizada no sábado, foram oferecidos algodão-doce e cama elástica como forma de atrair as crianças e seus pais. “Não estamos fazendo só a panfletagem, estamos abordando também as mães e os pais falando a respeito da preocupação com esse problema”, declarou a coordenadora do Cras (Centro de Referência da Assistência Social), Marilice Ribeiro dos Reis Pinheiro. Segundo ela, a campanha também está sendo realizada nas escolas e deve durar o mês todo.
O 18 de maio foi escolhido pela campanha porque nesse dia, em 1973, uma menina de Vitória (ES) foi sequestrada, espancada, drogada e estuprada. Seu corpo apareceu seis dias depois, desfigurado por ácido, e os agressores não foram punidos. A data foi instituída pela Lei Federal 9.970/2000, com o objetivo de mobilizar a sociedade em torno do assunto.