Delegado Luiz Gustavo Timossi deixa a Polícia Civil de Bela Vista

Foto: Arquivo Pessoal

O delegado Luiz Gustavo de Souza Timossi deixou o comando da 32ª Delegacia Regional de Polícia de Bela Vista do Paraíso, responsável também pelas investigações da Delegacia de Alvorada do Sul. A mudança foi feita no final de janeiro em uma série de transferências assinadas pelo Delegado Geral da Polícia Civil do Paraná, Silvio Jacob Rockembach.

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Com isso, o delegado Marcos Paulo Rigoni Rubira, da Delegacia de Primeiro de Maio, vai responder cumulativamente como Delegado Chefe das delegacias de Bela Vista e Alvorada do Sul.

O delegado Timossi estava em Bela Vista desde junho de 2017 e, agora, está à frente da Delegacia de Polícia de Imbituva, que faz parte da da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa. Ele também vai conduzir as investigações nos municípios de Ipiranga, Ivaí e Guamira, todos na região Sudeste do estado.

Por telefone, ele falou sobre o trabalho realizado em Bela Vista do Paraíso. Leia a entrevista:

Foto: Filipe Muniz/Telégrafo

Quais foram os principais casos investigados e os resultados obtidos nesse período?

A primeira operação que fizemos aí na cidade foi em conjunto com o Denarc, que acabou desarticulando uma quadrilha de tráfico de drogas que atuava principalmente em Bela Vista do Paraíso e Londrina. Diversas prisões foram realizadas, inclusive do chefe do tráfico na cidade de Londrina. Tivemos outros casos relevantes também, como um latrocínio de um senhor de idade, que foi solucionado em menos de 24h, e diversas outras operações que culminaram na prisão de diversos indivíduos. Somente no ano passado, foram 100 inquéritos policiais concluídos, muitos com indicação de autoria. Então faço um balanço muito positivo do período que passei em Bela Vista, com a redução de alguns índices de criminalidade, principalmente patrimoniais.

Considerando os principais tipos de crimes na cidade, quais dificuldades enfrentadas para solucioná-los e o que poderia melhorar, do ponto de vista da estrutura de trabalho?

Infelizmente, o que acaba sufocado um pouco a capacidade investigativa, não só na comarca de Bela Vista do Paraíso mas em todo o estado, é a questão dos presos em delegacia. Não tem como deslocar o investigador para realizar uma investigação criminal enquanto ele está trabalhando com essa custódia ilegal de presos. Então, sem investimento em pessoal e em uma gestão não é possível esperar resultados muito melhores. Infelizmente, se o Departamento Penitenciário (Depen) não assume essa responsabilidade, isso acaba prejudicando de forma demasiada a população, que fica refém desses criminosos, e impede que a Polícia Civil seja mais ágil na resolução dos crimes.

Foto: Filipe Muniz/Telégrafo

Essa carceragem ilegal é um dos principais motivos de haver fugas, como a que ocorreu no ano passado. Como ficou essa questão e qual foi o trabalho realizado para tentar recapturar os presos e resolver o problema?

A unidade de Bela Vista do Paraíso foi projetada para custódia de 12 detentos. Seriam presos temporários, mas por conta da ausência de vagas no sistema penitenciário, eles acabam por ficar aí mesmo. Historicamente, Bela Vista é uma comarca onde ocorriam muitas fugas por conta do número de presos. Quando chegava por volta de 50 presos, tinha o problema de fuga. Quando ocorreu a do final do ano, havia 70 presos na carceragem. Nós fazemos um trabalho preventivo e conseguimos evitar muitas fugas, mas infelizmente, pelas deficiências da carceragem, não conseguimos evitar todas.

Dos nove presos que fugiram, dois foram recuperados no mesmo dia e depois mais um. Houve outros recapturados?

Houve. Eu não tenho os números agora, mas foram recapturados. Inclusive, eles foram apresentados em Bela Vista e imediatamente removidos para outras unidades.

Você acha que é necessário nomear um delegado definitivo ou dá para manter as investigações com o delegado de Primeiro de Maio?

Não tenho dúvidas de que há necessidade de nomeação de um delegado de Polícia para a comarca de Bela Vista do Paraíso – que abrange Alvorada do Sul –  de forma a tornar mais dinâmica a investigação. Infelizmente, a Polícia Civil passa por uma carência de pessoal tremenda. Não tenho dúvidas de que em breve nós devemos ter um nomeado para assumir a titularidade da unidade.