Da Agência Estadual de Notícias
O número de crimes despencou no Paraná e o primeiro trimestre de 2018 foi o menos violento em mais de uma década. Os dados de assassinatos são os menores desde que os registros começaram a ser computados pela Secretaria da Segurança Pública, em 2007. Foram 509 mortes neste ano, contra 628 em janeiro, fevereiro e março do ano passado, declínio de 19%. Roubos e furtos também diminuíram em todo o estado no primeiro trimestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2017.
REDUÇÃO
A redução das mortes foi constatada em 19 das 23 Áreas Integradas da Segurança Pública (AISP) – que é como o Paraná é dividido para fins de levantamento estatístico. O número de assassinatos caiu mais da metade em microrregiões que englobam, por exemplo, as cidades de Londrina (-54%), Apucarana (-66,6%), Laranjeiras do Sul (-80%), União da Vitória e Rolândia, essas últimas com queda de 50%.
Em 255 municípios paranaenses sequer houve assassinatos no primeiro trimestre, ou seja, 64% das 399 cidades não tiveram homicídios.
“Essa redução dos crimes em geral no Paraná, mas principalmente de homicídios, se deve a ação da Polícia Militar no policiamento preventivo e ostensivo, e também ao trabalho qualificado, um aperfeiçoamento das investigações feitas pela Polícia Civil, pois quando se tira de circulação um homicida, identifica e o indicia, isso desencoraja outras pessoas que planejam ou pensam em cometer um crime dessa natureza”, afirma o secretário da Segurança Pública, Júlio Reis.
“Vale ressaltar também a atuação da Polícia Científica com mais técnica, melhores condições de trabalho, em razão das novas construções de IML e a contratação agora de novos peritos. Tudo isso tem dado um resultado muito satisfatório na redução dos crimes contra a vida”, avaliou o secretário.
QUEDA CONSTANTE
O levantamento realizado pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) confirma uma tendência de queda consistente nos homicídios no Paraná. A contagem geral de 2017 em todo o Estado foi de 2.184 mortes, também o menor número em dez anos.
PATRIMÔNIO
O Paraná conseguiu derrubar também índices dos crimes patrimoniais, que tiveram alta em todo o Brasil por causa da crise econômica e da escalada do desemprego nos últimos anos.
O número de roubos no primeiro trimestre diminuiu 27%, em comparação aos três meses iniciais de 2017. Foi registrado um declínio em todas as modalidades de roubo no Paraná: residência (-27,3%), comércio (-31%) e em locais públicos (-24,5%). A redução dos furtos chegou a 8,8% em todo o Estado, sendo 17% de queda nos furtos a residência, 15% ocorrências a menos relacionadas a ambiente de comércios e em locais públicos caiu 5,4%.
Também houve diminuição no roubo e furto a veículos neste ano em relação a janeiro, fevereiro e março de 2017. O roubo a veículos caiu 29% e o número de furtos registrou queda de 7,5%.
CONTRAMÃO
Das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública, apenas três apresentaram aumento nos números de homicídios no comparativo do primeiro trimestre deste ano com o de 2017. Entre as que estão na contramão da queda geral em assassinatos está a AISP de Paranaguá, que abrange os municípios do litoral e que registrou nove mortes a mais em 2018: foram nove em 2017 e agora 38.
“O aumento do número de homicídios em Paranaguá foi pontual e pode ser atribuído à disputa pelo domínio do tráfico de drogas em basicamente duas regiões distintas. A polícia civil de Paranaguá agiu com rigor frente a este aumento, já elucidou 85% dos homicídios praticados e prendeu 90% desses autores até o presente momento”, afirmou o delegado de Paranaguá, Rogério Martins.
Ele explicou que essa ação de combate ao tráfico refletiu positivamente nos crimes patrimoniais, que são em sua maioria os que fomentam o tráfico. Por esta razão, houve uma considerável diminuição nos índices de furtos (-26%) e roubos (-19%) na região do Litoral do Paraná.
“Nos locais onde não houve redução nos índices de criminalidade, principalmente na região do Litoral do Estado, já estão sendo desencadeadas operações, como foi feita na semana passada, de repressão ao tráfico de drogas e outros, que tem correlação com demais ocorrências, como os crimes patrimoniais e crimes de homicídio”, afirmou o secretário Julio Reis, se referindo à megaoperação batizada como Tellure.
Desencadeada em conjunto pelas polícias Civil e Militar, resultou na prisão de quase 50 pessoas de 13 quadrilhas de tráfico de drogas, no dia 6 de julho. Houve ainda mais quatro prisões essa semana, efetuadas pela Polícia Militar, de indivíduos suspeitos de envolvimento no tráfico de drogas.