Um jovem de 23 anos denunciou que foi agredido por policiais militares após uma abordagem, em Bela Vista do Paraíso. O açougueiro Abner Verteiro ficou com ferimentos em várias partes do corpo, resultado dos golpes de cassetete que levou, na madrugada de 30 de maio, na Vila Santa Terezinha, no distrito de Santa Margarida.
O jovem registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Bela Vista, no dia seguinte. Na ocasião, relatou que estava dirigindo e deu carona para um amigo. Próximo à Avenida São José, eles foram abordados por uma viatura e esse amigo correu. O policial teria obrigado Abner a voltar para o próprio carro, que passou a ser conduzido pelo agente. Enquanto isso, o outro policial teria acompanhado na viatura.
Eles saíram à procurado do amigo que fugiu, mas não o encontraram. Logo depois, perto de uma árvore em uma rua escura, os policiais teriam agredido Abner com um cassetete.
Conforme mostram as imagens e o laudo de exame de lesões corporais assinado por um médico, foram múltiplas lesões, principalmente nas coxas e na parte de trás do joelho. Abner apresentava equimose (manchas roxas causadas pelo rompimento de vasos sanguíneos da pele), escoriações (ferimentos na pele), e hematomas (que também acontecem pelo rompimento de vasos sanguíneos). Além disso, teve um ferimento no lábio e uma fratura no dente.
DENÚNCIA
O boletim de ocorrência registra que o açougueiro foi orientado a procurar a Justiça Militar, através da Corregedoria do 15º Batalhão de Polícia Militar (PM), do qual faz parte o destacamento de Bela Vista. Isso foi feito. A denúncia foi protocolada pela internet. O jovem diz que só tornou o caso público agora porque não viu providências serem tomadas.
Abner é sobrinho do presidente da Câmara Municipal de Bela Vista, José Maria Verteiro (DEM). Em sua fala, em uma das sessões, ele cobrou alguma ação concreta do comando da PM sobre o caso. Segundo o vereador, outro morador de Bela Vista também foi agredido da mesma forma, por policiais, meses atrás.
RESPOSTA
Ao TELÉGRAFO, o comandante do destacamento de Bela Vista, sargento Edgar de Lima Filho, afirmou que não apoia esse tipo de conduta e não trabalha dessa forma. “Não apoio coisa errada, doa a quem doer”, escreveu.
O comandante relatou que soube do caso de maneira informal, mas que não houve denúncia diretamente ao pelotão. “Nós só podemos se manifestar ou tomar alguma providência mediante a denúncia, mas ele não foi na PM. Após o suposto acontecimento, ele disse que ia e por várias vezes marcou comigo, mas não foi. Ouvi dizer que foi na delegacia”, disse o militar.
Já a comunicação do 15º Batalhão de Polícia Militar declarou que se a denúncia foi feita à Corregedoria, ela deve tramitar e chegar à unidade para apuração. Caso os fatos fiquem comprovados, cabe à Justiça Militar determinar punições.