JUSTIÇA

MP faz vistoria na Câmara em investigação sobre construção do prédio

Uma engenheira do Ministério Público do Paraná (MPPR) realizou uma vistoria no prédio da Câmara Municipal de Bela Vista do Paraíso, na sexta-feira (29), a pedido da Promotoria do MP da comarca. O órgão investiga se houve irregularidades na licitação e construção da sede da Câmara, concluída em 2012.

Um inquérito civil sobre o assunto foi aberto há vários anos e foi sendo prorrogado sem chegar a uma definição. Em dezembro do ano passado, o promotor Pedro Gabriel Hayashi Almeida Machado assumiu a promotoria. Em janeiro, ele prorrogou esse inquérito e pediu novas diligências, incluindo a vistoria.

O procedimento foi solicitado à Câmara, que autorizou a visita da engenheira. Ela fotografou o prédio e comparou as informações do projeto com o que foi executado, para ver se havia divergências.

Após o trabalho, ela comentou que não percebeu divergências. O que estava no projeto foi executado. No entanto, já são nove anos desde a inauguração. Por isso, o imóvel apresenta vários problemas e precisa de uma reforma geral.

O prédio, inaugurado em 2012, tem várias partes deterioradas e precisa de uma reforma geral. Fotos: Filipe Muniz.

INVESTIGAÇÃO

Além da construção, o MP também investiga se houve irregularidades, com dano ao erário, na licitação. Isso porque a Câmara Municipal, na legislatura 2009 a 2012, fez a contratação direta da empresa que realizaria a obra.

Em um dos documentos, o promotor relata que houve quatro procedimentos de licitação para escolher a empresa que seria contratada. Porém, nenhuma demonstrou interesse. Logo depois, a câmara fez as contratações diretas por valores acima do que estavam previstos nas licitações.

“A contratação direta foi realizada em valor superior às licitações, o que indica, supostamente, que as licitações foram realizadas com valor abaixo justamente para não haver candidatos e, assim, ser contratada a empresa do interesse do contratante”, escreveu o promotor.

Pedro Machado também aponta que os supostos atos de improbidade administrativa, se ficassem caracterizados, já estariam prescritos “uma vez que ocorreram nos anos de 2009, 2010 e 2011”. No entanto, ainda continua possível a caracterização de dano ao erário.

Por isso, o MP também requisitou, em janeiro, cópia das notas de empenho, notas fiscais e liquidação de pagamento dos contratos de alguns procedimentos licitatórios. Os documentos serão analisados pelo Centro de Apoio Técnico à Execução (CAEX), órgão do próprio MP, para saber se os valores pagos estão regulares.

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Filipe Muniz

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