A comunidade escolar do Colégio Estadual Presidente Vargas, em Santa Margarida, atingiu nesta quarta-feira (28) a quantidade de votos necessária e decidiu adotar o modelo cívico-militar proposto pelo Governo do Paraná. Foram 152 votos a favor e 87 contra, quórum de 51% da comunidade.
A diretora do colégio, Rosemar Tozatti Risso, explica que todos os alunos que já estudam no Presidente Vargas terão vaga garantida. Em seguida, haverá também novas vagas para outros interessados, mas o Governo Estadual não detalhou como serão as matrículas. Já está definido que, ao contrário do que acontece nos colégios militares, nos cívico-militares não será necessário fazer uma prova para entrar.
Por enquanto, segundo a diretora, os interessados devem aguardar a divulgação de como será o processo de matrícula.
“A gente espera que, em relação à matrícula, seja respeitando o georreferenciamento, dando preferência para alunos que moram nas proximidades da escola, como sempre foi”, afirmou a diretora auxiliar Kelly Aparecida Almeida Azevedo.
DIREÇÃO
Neste novo modelo, haverá um diretor-geral e um diretor-auxiliar, ambos civis, além de um diretor cívico-militar e de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.
Rosemar foi eleita para um mandato de quatro anos, que acabou prorrogado pelo governo e termina em 2020. Para o próximo ano, uma nova eleição deve ser realizada para escolher os diretores civis, que cuidarão da parte pedagógica.
Um dos diferenciais da nova proposta é o aumento da carga horária curricular, com aulas extras de português, matemática e valores éticos e constitucionais. Para isso, além das cinco aulas tradicionais haverá mais uma aula por dia.
“Toda mudança gera incerteza, mas nós trabalhamos sempre em parceria, em união. Sempre primamos pela qualidade de ensino, então esperamos que [esse novo modelo] venha agregar”, declarou a diretora.
CRÍTICAS ENTRE OS PROFESSORES
Entre os professores e funcionários, a principal crítica ao novo modelo é em relação ao fim do ensino noturno do colégio, no qual mais de 70 alunos cursam o ensino médio. Os alunos que precisarem estudar à noite deverão ser remanejados para colégios de Bela Vista.
Para a diretora auxiliar, que trabalha no ensino noturno, há o risco de desistências. Ela teme que os alunos que trabalham e chegam tarde possam não ter tempo suficiente para pegar um ônibus e ir até Bela Vista, todas as noites, para estudar.
Segundo Kelly, a comunidade lutou para manter o ensino noturno em todos esses anos. Agora, elas já se articulam para tentar manter esse turno de ensino na instituição.