Pelo menos três escolas municipais de Bela Vista do Paraíso têm registrado problemas similares neste ano: alguém invade a cantina e furta alimentos, especialmente bolachas. Na ação, acaba deixando prejuízos, não pelo furto, mas pela invasão, ao danificar portas e forros. Em um dos casos, o invasor foi preso. Os mais recentes aconteceram nesta semana, em Santa Terezinha.
A Escola Municipal Dircy dos Santos cansou de ser invadida, sempre na madrugada. A primeira vez aconteceu logo depois de iniciar o ano letivo. A porta da cozinha foi arrombada e pacotes de bolacha foram furtados. O alarme disparou e o intruso fugiu deixando um freezer aberto.
Na segunda vez, a invasão também aconteceu pela porta. O alarme disparou e nada foi levado. Foi aí que a diretora Valdenice Rigoni Miranda mandou colocar uma grade de ferro na porta.
Mas não foi o suficiente. Dias depois, aconteceu uma nova invasão, mas dessa vez pelo telhado. Nada foi levado, mas uma bagunça foi deixada após o disparo do alarme. A quarta invasão também aconteceu pelo telhado. O furto: dois pacotes de bolacha.
A quinta invasão aconteceu logo depois, pelo mesmo local. “Só revirou tudo, mas não levou nada”, afirma a diretora. Na ocorrência seguinte, a pessoa entrou pelo lugar de costume, mas saiu de mãos vazias. “Como íamos fechar a escola por causa da quarentena, mandei tirar tudo da cozinha”, contou Valdenice.
Mesmo assim, houve, segundo ela, nova invasão na última sexta-feira (3), deixando tudo “revirado”. De acordo com a diretora, o maior prejuízo foi com a reposição da porta. O local não têm câmeras, mas passou a contar com um vigia e a expectativa é de instalar um sistema de monitoramento em breve.
O invasor nunca foi identificado, mas Valdenice afirma ter “certeza de que era a mesma pessoa”. Dias depois, uma ação similar ocorreria em outra escola municipal no extremo oposto da cidade.
NO JARDIM PRIMAVERA
Enquanto as ocorrências na Dircy aconteciam de madrugada, a invasão da Escola Municipal Dr. José Marcelino, no Jardim Primavera, foi um pouco mais ousada. Pessoas que estavam por perto perceberam que um homem havia entrado no local, por volta das 20h15 desta terça-feira (7).
O invasor quebrou a perna de uma mesinha e a usou para arrombar uma porta de metal que fecha a janela onde as merendas são servidas. Lá dentro ele se alimentou com bolachas, leite e margarina. Também pegou carne congelada, esquentou em uma forma de metal e comeu um pouco.
Ele ainda estava no local quando a Polícia Militar chegou e o prendeu. De acordo com a diretora, Eliete Villela, o homem era um andarilho que teria vindo de Ibiporã. Ele teria dito que estava com fome. O prejuízo maior, segundo ela, será o da porta que foi arrombada, cujo conserto foi orçado em R$ 600.
EM SANTA TEREZINHA
Nesta semana, foi a vez da Escola Municipal Clélia Maria de Oliveira Albuquerque ser o alvo. O procedimento foi o mesmo: alguém invadiu, se alimentou, mas dormiu no local. A escola tem câmeras e alarmes, mas a diretora Marlene Ronque não sabe se ele disparou.
Se disparou, não resolveu. Pelas câmeras, foi possível ver que o homem entrou na terça-feira, passou a noite e foi embora. Na quarta, ele pernoitou no local novamente. A escola esteve fechada por não haver aulas. Na manhã desta quinta-feira (9), a equipe encontrou o cenário da invasão.
Uma janela foi quebrada e duas portas de madeira, estouradas. Pronto, quem entrou se sentiu em casa. Fez uma cama improvisada com tapetes e panos, cozinhou cenouras, fez pipoca, suco, e tomou até champanhe. Embalagens de remédios para dor de cabeça foram encontrados na pia. Entrou, se alimentou, dormiu, mas não arrumou nada. Sobrou a bagunça para as funcionárias arrumarem.
A diretora disse que a porta foi consertada, mas não sabe o que fazer para evitar novas invasões. Pela similaridade dos casos, parece que alguém está “vivendo” nas escolas municipais. Não conseguimos saber, com o 15º Batalhão da Polícia Militar, qual foi o destino do homem preso na escola do Jardim Primavera. Sem identificá-lo, também não foi possível saber a situação de vida deste homem, se é que as invasões foram feitas pela mesma pessoa.