Por aclamação, Lula é escolhido candidato do PT a presidente

Rovena Rosa/Agência Brasil

A convenção nacional do PT escolheu neste sábado (4), por aclamação, o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para ser o candidato à Presidência da República. Não foi definido quem será o vice-presidente na chapa de Lula. O encontro também homologou o apoio do PCO e do PROS à candidatura do PT.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (SC), afirmou em discurso que o partido “não pensa em plano B, C ou D como alternativa ao nome de Lula como candidato a presidente”. “Hoje, nesta data histórica da convenção do PT, nós dizemos ao brasil que Lula é nosso candidato”, disse Gleisi.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso em Curitiba, desde 7 de abril, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em segunda instância, no caso do triplex de Guarujá. O comado do partido aguarda a análise do registro da candidatura de Lula. Caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) dar a palavra final sobre a prisão de Lula e se ele estará apto a concorrer, já que a Lei da Ficha Limpa proíbe candidaturas de condenados em segunda instância. O julgamento é esperado para os próximos dias.

Lideranças petistas estiveram presentes ao ato, como a ex-presidente Dilma Rousseff, governadores e parlamentares da sigla.

O ator Sérgio Mamberti leu, ao final da convenção do PT, uma carta escrita por Lula, onde ele ressalta que, em 38 anos de atividade no partido, é a primeira vez que não participava pessoalmente de um encontro nacional da legenda e afirmou que a democracia está “ameaçada”. “Agora querem fazer uma eleição presidencial de cartas marcadas, excluindo o nome que está à frente na preferência popular em todas as pesquisas”, disse.

O ex-presidente afirmou ainda que confia no reencontro com a militância. “De onde me encontro, estou sempre renovando minha fé de que o dia do nosso reencontro virá, pela vontade do povo brasileiro”.

O PT divulgou nesta sexta-feira (3) o programa para o Próximo Governo Lula (2019-2022), divididos em cinco eixos. São eles: “soberania nacional e popular na refundação democrática do Brasil”; “promover um novo período histórico de afirmação de direitos”, “novo pacto federativo para promoção dos direitos sociais”, “promover um novo modelo de desenvolvimento” e “transição ecológica para a nova sociedade do século XXI”.

Perfil

Nascido em Garanhuns, no sertão pernambucano, em 1945, Lula migrou com a família para São Paulo. Aos 14 anos, trabalhava em uma metálurgica e fazia curso técnico de torneiro mecânico. Iniciou a trajetória no movimento sindical ao integrar a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), em 1969. De 1979 a 1980, surge no cenário nacional ao liderar greves nacionais e como fundador do Partido dos Trabalhadores.

Disputou a primeira eleição em 1982, quando concorreu ao governo de São Paulo. Dois anos depois foi eleito deputado federal Constituinte.

Nos anos seguintes, disputou três eleições presidenciais, sendo derrotado por Fernando Collor (1989) e Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998). Foi eleito presidente da República em 2002 e reeleito em 2006.

Em 2010, conseguiu fazer sua sucessora na Presidência da República, com a eleição de Dilma Rousseff. Foi denunciado pela Operação Lava Jato e desde 7 de abril está preso em Curitiba, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na segunda instância da Justiça Federal.