“O que fizeram comigo foi uma crueldade enorme”, diz Beto Richa ao deixar prisão

O ex-governador e candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB) deixou o regimento da Polícia Montada, em Curitiba, onde estava preso. Ao sair da prisão, na noite desta sexta-feira (14), ele declarou  que foi alvo de “uma crueldade enorme” e disse vai retornar à sua campanha. “Eu não merecia, mas estou de cabeça erguida”, disse o tucano. Ele afirmou ainda que o povo paranaense conhece sua trajetória de vida, sua família e sua reputação ilibada.

PRISÃO DE BETO RICHA
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Richa foi preso na terça-feira (11) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Curitiba, no âmbito da Operação Rádio Patrulha. O Tribunal de Justiça do Paraná havia negado habeas corpus para o ex-governador e sua esposa, Fernanda Richa. Nesta sexta-feira (14), o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba havia acatado pedido do Ministério Público do Paraná e convertido a prisão temporária de Richa e outros nove investigados, que terminaria neste domingo (16), em prisão preventiva, sem prazo para terminar.

“Foram dias de extremo sofrimento para mim e para toda a minha família, e lamento que a palavra de um indivíduo, um delator, cujo histórico de vida não demonstra nenhuma credibilidade… E aí eu pergunto: vale a palavra dele, ou a minha palavra?”, questionou Beto Richa. Ele não respondeu às perguntas dos jornalistas.

Habeas corpus

Ainda na noite desta sexta, o ministro Gilmar Mendes, do supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar Beto Richa e todos os outros 14 investigados. Ele deu um salvo conduto que livraria os 15 envolvidos de uma eventual prisão preventiva, que foi decretada logo depois pelo juiz Fischer.

De acordo com o ministro, a decretação da prisão foi inconstitucional e violou a decisão da Corte sobre a condução coercitiva. Além disso, Mendes disse que as prisões temporárias só podem ocorrer quando forem imprescindíveis para as investigações.

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Operação Rádio Patrulha

A investigação do Ministério Público, do qual faz parte o Gaeco, apura indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça, no programa Patrulha do Campo, do Governo do Estado do Paraná, no período 2012 a 2014.