O último LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti ) do ano, realizado em novembro pela Divisão de Endemias, consolidou a tendência de alto risco de epidemia de dengue que pairou ao longo desse ano. Apenas em dois dos cinco levantamento o índice esteve abaixo dos 3,9%, que indicam o perigo maior.
O aumento no risco de infestação que marcou 2019 foi percebido logo em janeiro, quando foi registrado o maior índice da história: ficou em 15,3%, sendo que, no mesmo mês, foi de 8,7% em 2018 e 6,5% em 2017. Na ocasião, o Departamento de Saúde realizou um arrastão, que envolveu agentes da atenção básica de saúde, enfermeiras e agentes de endemias.
Apesar dos esforços, o levantamento seguinte, de abril, revelou novo aumento. O índice do mês, que era de 0,4% em 2017, havia subido para 2,6% em 2018 e decolou para 12,2% em 2019.
Os próximos dois índices indicaram médio risco, mas já era esperado que fossem menores. É que se tratam de julho e setembro, períodos mais frios, quando o mosquito não circula com a mesma intensidade percebida no verão. Ainda assim, os números foram maiores do que no ano anterior, como mostra o gráfico abaixo.
Já para novembro, o resultado não seguiu essa tendência. Enquanto em 2017 havia sido de 3,5%, em 2018 subiu para 5,2%, caindo para 4,2% nesse ano.
Apesar da queda registrada em novembro, o cenário não é positivo, de acordo com o chefe da Divisão de Endemias, Vanderley Estruzani. Ele afirma que o índice caiu devido ao longo período de estiagem dos últimos meses, quando houve calor, mas sem as chuvas que fariam os ovos do mosquito eclodirem. “[O índice] deu até muito elevado para tão pouca chuva. Se estivesse chovendo normalmente, teria sido maior ainda”, ponderou.
Para Estruzani, o crescimento que caracterizou 2019 se deu por causa do calor muito intenso e da grande quantidade de recipientes com água parada – potes, latas, baldes de água da chuva, vasilhas de animais, dentre outros – que estão sendo encontrados. “Além de o tempo estar propício, o pessoal não está se conscientizando de limpar os seus quintais”, afirmou.
Nas últimas semanas, além dos quatro funcionários que foram contratados para reforçar a equipe dos agentes de combate a endemias, os agentes comunitários de saúde também estão atuando em um novo arrastão. A ideia é tentar diminuir a quantidade de focos, se antecipando a janeiro, quando tradicionalmente o calor e as chuvas fazem com que os riscos de epidemia de dengue aumentem.
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