SAÚDE

Escorpião encontrado em Bela Vista mobiliza o Estado

O descobrimento, em Bela Vista do Paraíso, de uma espécie de escorpião que não é natural do Paraná fez com que a Secretaria de Saúde (SESA) enviasse para o município um agente de saúde federal que atua no Estado. O animal da espécie Tityus charreyroni costuma habitar a região de Goiás, no Centro-Oeste, mas foi achado na Vila Brasil.

O T. charreyroni possui coloração amarelado-avermelhado com três listras escuras sobre as costas e mancha escura difusa sobre as pernas, segundo um atlas das espécies.

De acordo com a Divisão de Vigilância em Saúde de Bela Vista, esta espécie de escorpião foi responsável por oito dos dez acidentes registrados em 2019.

Não é a primeira vez que o T. charreyroni é encontrado no Paraná, mas ele continua sendo incomum na região. Por isso, os profissionais do Laboratório de Taxonomia Animal (Labtax) vão estudar o aracnídeo para saber suas características, como é seu veneno e sintomas, e como lidar com ele.

Profissional foi enviado de Curitiba. Foto: Vanderley Estruzani/Divulgação.

ESTUDOS

Os profissionais também querem saber como o T. charreyroni pode ter vindo parar aqui. Uma das possibilidades é que ele tenha sido transportado junto com alguma carga de caminhão.

O escorpião amarelo, por exemplo, é o responsável pela maior parte dos acidentes registrados no Paraná, mas não é uma espécie nativa. Ela foi introduzida no Estado antes dos anos 90, por meio do transporte passivo. É que estes animais se escondem em vãos de lenhas, tábuas e outros materiais, sendo levados para outros municípios, estados ou até países.

Os estudos da espécie encontrada em Bela Vista também buscam entender se o animal está se reproduzindo no Paraná, quais os seus hábitos na natureza e os eventuais riscos que eles podem causar à saúde humana.

A Divisão de Vigilância em Saúde de Bela Vista e o profissional enviado pela SESA visitaram residências, onde coletaram escorpiões para enviar a Curitiba. Eles aproveitaram para alertar a população sobre os perigos trazidos não só por esses animais, como também por serpentes, aranhas e lagartas.

Agentes recolheram os animais para análise.

CASOS

Em 2018, foram registrados 3.144 acidentes com escorpiões no Paraná, sendo a maior parte no Norte, Oeste e Noroeste do Estado. Já neste ano, em Bela Vista, além dos oito acidentes com o T. charreyroni, outros dois foram causados pelo Tityus serrulatus (escorpião amarelo), o mais perigoso, cuja picada é dolorida e pode até levar à morte, principalmente de crianças e idosos.

Em casos de acidentes, não se deve cortar, furar ou fazer torniquete no membro afetado. Basta lavar com água e sabão, e levar a vítima o quanto antes para atendimento médico. Se possível, capturar o animal com segurança (morto ou vivo) para que possa ser identificado.

CUIDADOS

O responsável pela Vigilância Ambiental, Filipe Abelha, explicou que venenos aplicados no ambiente não surtem efeito no escorpião. Pelo contrário, a aplicação desses produtos pode fazer com que os escorpiões procurem outro lugares, onde as pessoas não esperam que eles estejam, o que aumenta o risco.

Por isso, a principal forma de evitar esses animais é manter os quintais limpos, sem montes de folhas e entulhos sob os quais eles possam se esconder. A limpeza também evita atrair baratas, que servem de alimento para os escorpiões. É importante vedar frestas e buracos que possam permitir a entrada deles em ambiente doméstico.

Em época de calor, o cuidado precisa ser redobrado. Calçados, roupas pessoais, de cama e de banho devem ser examinados antes de usar.

 

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Published by
Filipe Muniz

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