Começou por volta das 10h o julgamento em júri popular que vai definir o destino dos acusados do assassinato de Lucas Henrique dos Santos Ferraz, o Benê. Por volta das 7h30, parentes dos envolvidos já se reuniam em frente ao Fórum da Comarca de Bela Vista do Paraíso.
O acesso ao plenário foi restringido por senha, de acordo com o número de cadeiras disponíveis. Willian Ricardo Chaves da Costa, Júnior César da Costa Choptian, Bruno César da Costa e Ricardo Aparecido Chaves vão responder pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e, no caso de Willian, porte ilegal de arma de fogo.
Tanto a acusação quanto a defesa concordaram em dispensar as testemunhas que já foram ouvidas em juizo e, ao invés disso, exibir as gravações dos depoimentos. O único a prestar depoimento na frente dos jurados foi o delegado que conduziu o caso, Ricardo Jorge Pereira.
O ASSASSINATO DE BENÊ
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Ele revelou alguns detalhes sobre a investigação que ainda não haviam sido divulgados, principalmente em relação aos celulares dos investigados. Foi através do acesso aos dados dos telefones que a Polícia Civil conseguiu localizar os suspeitos, que haviam fugido para o Mato Grosso.
Mas a apreensão dos celulares também gerou provas para o caso. Segundo o delegado, Ricardo Aparecido Chaves conversou por WhatsApp com a mulher e a filha sobre o homicídio. Na ocasião, ele teria dito que se achava um monstro e que havia destruído sua família. A defesa, no interrogatório, tentou sugerir que ele se referia ao incêndio provocado por manifestantes em sua residência, e não ao homicídio.
Willian também conversou pelo WhatsApp com alguns parentes. Um deles pedia que fosse revelada a localização do corpo, mas Willian afirmava que o caso não ia dar em nada, que seria esquecido. Bruno também teria admitido o crime em conversa com a namorada. ‘Dessa vez estou arrependido’, disse.
O delegado também contou que Willian teria dito ao delegado de Iguatemi (MS), onde foi preso, que ele era o único responsável por tudo.
Outro fato revelado pelo delegado foi a “técnica” utilizada para encontrar o corpo. Ele contou que enquanto procuravam nas proximidades do Ribeirão Vermelho, ele deu um tiro de pistola para o alto. O barulho espantou urubus e revelou onde estava o corpo, já em decomposição.
O Ministério Público pretendia mostrar as fotos do cadáver, tanto de quando foi encontrado quanto na autópsia, mas o juiz não permitiu.
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O julgamento foi suspenso por volta das 12h30 para o horário de almoço. Às 13h50, o processo foi retomado, com a exibição das gravações dos depoimentos das testemunhas de acusação. Na próxima fase, os acusados serão interrogados separadamente. Na sequência, acontecem os debates entre os advogados e o Ministério Público.
O julgamento pode ser suspenso em alguma dessas fases, já que o processo deve ser extenso. Defesa e acusação terão 2h30 cada uma para apresentar seu caso. Depois, poderão ter duas horas para a réplica e duas para a tréplica.
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