Ex-estrategista do presidente estadunidense Donald Trump, Steve Bannon deu a entender em uma entrevista que o presidenciável brasileiro Jair Bolsonaro (PSL), que é o favorito a vencer em 28 de outubro, faz parte do seu movimento mundial de direita.
Em entrevista à agência de notícias Bloomberg, Bannon, de 64 anos, destacou que vem visitando vários países desde que deixou a Casa Branca, principalmente europeus, levando a sua mensagem sobre o grupo intitulado O Movimento, que quer agrupar populistas de direita de todo o planeta.
“Quando eu comecei a ser convidado para falar, depois que deixei a Casa Branca, na Suíça, na França, eu perguntava às pessoas sobre o que elas queriam que eu falasse. E todas as vezes havia algo similar: ‘Diga que não estamos sozinhos’. E eu perguntava: ‘O que vocês querem dizer com ‘não estamos sozinhos’?’. Que há outros movimentos populares, que há outros movimentos nacionalistas. E eu respondia que há grupos no Parlamento Europeu. E eles respondiam que sim, mas que são agrupamentos políticos e que eles não compartilhavam das mesmas ideias no plano global”, afirmou Bannon.
Bannon reforçou que “O Movimento não é apenas a respeito da União Europeia”.
“[Então vai sair da Europa…?] Sim, claro. Nós estamos tentando ser o pilar fundamental do popular-nacionalismo do movimento de Trump. Eu tenho trabalhado com o establishment do Partido Republicano há 9 anos tentando transformar o Partido Republicano em algo mais voltado para a classe trabalhadora, como um partido trabalhista para os trabalhadores e a classe média. Mas nós vemos [também] no Brasil, no Paquistão, está começando na Argentina […] eu vejo o que está acontecendo no Brasil como parte desse movimento populista. Acho que vamos ver isso na Ásia, na Austrália”, acrescentou.
Bannon foi peça importante na vitória de Trump no pleito dos EUA, em novembro do ano passado. Ele deixou a Casa Branca em abril de 2017, após se desentender com o presidente eleito. Ele sempre foi conhecido por ser uma das importantes vozes da direita norte-americana, tendo relações estreitas com financiadores do Partido Republicano.
Em agosto de 2018, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, postou uma foto que tirou ao lado de Bannon em Nova York, destacando que tanto o seu pai quanto o ex-estrategista de Trump tem a mesma visão de mundo, e que Bannon era um apoiador da candidatura do ex-capitão do Exército.
Fundado em 2017, O Movimento tem a sua base em Bruxelas e já conta com figuras importantes, como o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini. A linha mestra da atuação do grupo é a defesa de ideias nacionalistas e populistas de direita, a partir da Europa, mas buscando outros protagonistas dos mesmos fundamentos em várias partes do mundo.
Em suas idas à Europa, Bannon se reuniu com outros líderes do Velho Continente que ensaiam uma aproximação com O Movimento, como o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, a direitista francesa Marine Le Pen, e o holandês de oposição Geert Wilders. Por outro lado, Bannon foi rejeitado pelo partido Alternativa para Alemanha (AfD).
*Da Sputnik Brasil
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