A Justiça da Comarca de Sertanópolis marcou para esta quarta-feira (19) o início dos depoimentos de testemunhas do caso do homicídio de Silvana Aparecida da Silva, de 41 anos. O corpo dela foi encontrado carbonizado em um motel que fica atrás de um posto de combustíveis.
O acusado do crime é Paulo Alexandre dos Santos, de 34 anos. Ele se apresentou na Delegacia de Bela Vista do Paraíso no dia 24 de julho, junto do seu advogado, Alessandro Moreira Cogo.
A sua apresentação aconteceu logo depois da expedição de um mandado de prisão preventiva contra ele. Por orientação da defesa, ele ficou em silêncio na delegacia.
Nesta fase do processo os envolvidos darão seus depoimentos. Depois, a juíza Karina Malaguido decide se há indícios de que o acusado é autor do crime.
Caso ela entenda que existem esses indícios, o caso é enviado para o Tribunal do Júri, grupo de pessoas comuns responsáveis por fazer o julgamento.
De acordo com a denúncia assinada pelo promotor do Ministério Público (MP) Conrado Bertolucci, Paulo se encontrou com Silvana em um bar, no dia 17 de julho de 2020.
Depois, foram a uma lanchonete, onde ele comprou salgados para levar até o Motel Passione, onde teriam o encontro amoroso.
No estabelecimento, eles locaram um quarto com um vigilante, que foi embora depois de entregar as chaves.
Segundo o MP, “no quarto ocorreu desentendimento relacionado a execução de atos sexuais e o denunciado, inconformado em ter seu anseio sexual tolhido, matou a vítima com brutalidade”.
O documento narra que o suspeito teria arrastado o corpo da vítima para a parte externa do quarto, jogou um colchão por cima dele e ateou fogo. O corpo carbonizado foi encontrado na manhã do dia seguinte pelo vigilante.
Paulo é acusado de homicídio por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima; feminicídio; destruição e ocultação de cadáver; e por tentar induzir o perito a erro ao alterar o local do crime e o estado de suas roupas.
O advogado Alessandro Moreira Cogo classificou a versão do MP como “fantasiosa” e baseada em dedução. Ele defende que não há provas de que Paulo seja o autor do crime, e afirma que outras pessoas poderiam ter tido acesso ao local.
“Há notícia no inquérito de que a vítima realizava programas. É um local dado a tráfico de drogas, caminhoneiros, viajante, enfim… E com acesso livre ao motel, que estava com o portão aberto”.
O motel estava abandonado e o aluguel de quartos era feito de modo clandestino, sem funcionários trabalhando.
Para Cogo, esse foi o motivo de Paulo ter se entregado. “Ele se entregou porque tem convicção de sua inocência e decidiu se colocar à disposição da Justiça”.
A pena para os crimes pelos quais o homem foi acusado pode chegar a 37 anos de prisão.
This website uses cookies.