A juíza Suelen Barizon, da comarca de Matupá (MT) recebeu denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) contra o caminhoneiro Darci Rocha, de 70 anos. Ele é acusado de matar a tiros o colega de profissão Valdeci dos Santos, de 47 anos, morador de Bela Vista do Paraíso, no dia 20 de julho. O suspeito vai responder por homicídio triplamente qualificado.
Segundo a denúncia, o acusado matou a vítima por motivo torpe (discussão banal na fila de abastecimento), mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido (elemento surpresa ao sacar a arma de fogo) e meio cruel (diversos disparos). O homicídio qualificado tem pena prevista de 12 a 30 anos de reclusão.
Valdeci dos Santos estaria na fila para abastecer a sua carreta quando Darci teria cortado a fila, entrando na sua frente. Isso teria levado a um desentendimento verbal entre os dois. O MP sustenta que Darci estava com uma barra de ferro, a qual Valdeci tomou e tentou usá-la contra o acusado. Duas testemunhas ouvidas durante o inquérito, além do Boletim de Ocorrência (B.O.) feito pela Polícia Militar, registram que a vítima teria tentado agredir o suspeito com a barra de ferro.
Por isso, a defesa do caminhoneiro afirma que, para se defender, Darci atirou para baixo e depois atirou na vítima. “Já atordoado com as pancadas e receando por sua morte, o requerente (Darci) sacou da arma que estava em sua cintura e disparou duas vezes em direção ao solo,(…) porém a vítima não parou, e (…) não vendo outra alternativa e atemorizado com medo de morrer, disparou contra a vítima”, escreveram os advogados.
O documento do MPMT registra que em buscas no interior do veículo do acusado foi possível encontrar um revolver calibre 32, com cinco munições deflagradas e uma intacta, além de 16 unidades de substância análoga a anfetamina (rebite).
Porém, os advogados de Darci apontaram que no B.O. está registrado que o rebite foi encontrado não no caminhão de Darci, mas de Valdeci, o que explicaria uma suposta alteração de comportamento do morador de Bela Vista.
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A defesa de Darci pediu à juíza a revogação da prisão preventiva que havia sido determinada pelo juiz plantonista Roger Augusto Bim Donega. Eles alegam que o caminhoneiro é idoso e não tem condições de saúde para ficar em uma prisão.
“Observa-se que o requerente possui bons antecedentes, com residência e emprego fixo, sociedade empresarial, sem falar que é um senhor de 70 anos de idade, com vários problemas de saúde, que ainda trabalha com essa idade, para poder manter o sustento de sua família”, afirmam os defensores.
Eles também propuseram medidas cautelares e até mesmo prisão domiciliar até que eventualmente seja feito o julgamento em Juri Popular. Em sua manifestação, o MPPR foi contra o pedido e defendeu que Darci deve permanecer preso.
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