A Polícia Civil de Bela Vista do Paraíso prendeu cinco pessoas na Operação Melena, realizada na manhã desta quinta-feira (04) em Alvorada do Sul e Londrina. Os alvos são suspeitos na investigação do homicídio do mecânico Samuel dos Santos, encontrado morto dentro de um carro próximo ao trevo da Vila Esperança do Norte, no dia 17 de janeiro. Os mandados foram de prisão temporária, pelo prazo de 30 dias.
Durante as investigações, chamou a atenção dos agentes que a vítima não tinha sinais de violência e nada foi furtado. Um laudo pericial mostrou que Samuel foi atingido por um disparo na nuca, provavelmente de uma arma de calibre .22. Para o delegado Marcos Rubira, isso indica que a pessoa que disparou estava no banco de trás, e surpreendeu a vítima. “Uma emboscada”, definiu.
O delegado suspeita que a mulher de Samuel, Maria de Guadalupe Casanova dos Santos, esteja por trás do crime. Outra suspeita é que Débora Letícia Nogueira de Castro, que estaria em uma relação com Maria, foi a autora do disparo.
A relação das duas seria uma das motivações do homicídio, para o delegado. “A vítima não tem nada que o desabone, uma pessoa bem quista na cidade. O motivo é passional e financeiro. Tudo leva a crer que seja para que elas ficassem com todo o patrimônio do casal”, disse Rubira.
Além das duas, foram presas Grasiele Pereira Bernardo e Sara Regina de Oliveira. Uma teria mentido durante os depoimentos, para ajudar as colegas, e a outra também é suspeita de estar no carro no momento do crime.
Outro preso foi um senhor que a polícia acredita ter sido o responsável por levar as mulheres até uma residência depois que elas deixaram o local do crime.
O homicídio teria acontecido após uma festa em uma casa, na qual estavam Samuel e as suspeitas. Depois disso, o delegado acredita que elas arrumaram algum motivo para sair com ele, no veículo GM Monza no qual ele foi encontrado.
Marcos Rubira disse que chegou a questionar Maria se ela já tinha manifestado pretensão de matar o marido, o que ela negou. Porém, os investigadores teriam conseguido prints de grupos de Whatsapp nos quais ela teria manifestado essa vontade.
No momento, a polícia trabalha com a hipótese de homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, emboscada, e recurso que dificultou a defesa da vítima. “Essas cinco pessoas armaram uma versão. Então todas alegavam que estavam bêbadas, que não lembravam de nada”, relatou.
O delegado também não conseguiu localizar os celulares da vítima e da esposa. Ela teria afirmado que o celular dela ficou no carro dele, porém o objeto não foi encontrado. Já o celular dele, ela disse que havia ficado com ela, que o entregou para os sogros, o que eles negam.
O mandado de busca e apreensão assinado pelo juiz Helder José Anunziato também determinou a quebra de sigilo dos telefones que fossem apreendidos.
Os advogados Anderson Luiz Moreira e Eduardo Del Conte, que representam as quatro mulheres, afirmaram que elas declararam não ter envolvimento no crime. “Todas negam ter participação nesse crime. Mas não podemos falar sobre as alegações porque não tivemos acesso ao processo”.
Eles afirmam estar havendo cerceamento de defesa e que isso pode gerar nulidade no processo. “A gente vem pedindo acesso ao inquérito e isso nos foi negado, o que é um absurdo e, em tese, está fundamentando nosso pedido de liberdade”. Os defensores contaram que estão com um habeas corpus pronto para ser protocolado em favor das clientes.
Também disseram que Maria e Débora negaram estarem em um relacionamento, e que elas são apenas amigas. Os advogados declaram ainda não haver necessidade de prisão, já que elas compareceram para prestar depoimentos sempre que convocadas.
Das cinco pessoas presas, duas devem ficar na em Bela Vista, enquanto três serão transferidas para cidades da região, para que permaneçam separadas.
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