Narrando a história da luta das mulheres pelo direito ao voto no século passado, o filme As Sufragistas (2015) foi o primeiro a ser exibido para um grupo de estudantes do ensino médio noturno do Colégio Estadual Presidente Vargas. A exibição fez parte do projeto Cinema e História, que tem como objetivo estimular o aprendizado e despertar a percepção crítica sobre os recursos cinematográficos.
O projeto, que já foi realizado em 2013, retornou nesses encontros, que acontecem na Câmara Municipal e são coordenados pelo professor Robson Luiz Gomes em parceria com os estagiários do quarto ano do curso de História do polo presencial da UEM (Universidade Estadual de Maringá) em Bela Vista do Paraíso.
São esses acadêmicos que realizam a contextualização histórica sobre a abordagem que os filmes propõem. Depois, os filmes são exibidos, seguidos de um debate sobre a abordagem e a relevância do tema apresentado na atualidade. Além disso, os estudantes são avaliados através da produção de texto, no qual podem apresentar seus entendimentos do que foi mostrado.
“A ideia é tentar dinamizar para a aula ser mais atraente para esse pessoal do noturno. Tentar estimular mesmo. Até a proposta de levar para a Câmara de Vereadores tem essa função de tirar eles, um pouco, da sala de aula. Com esse projeto eu percebi que os alunos começaram a se sentir queridos, acolhidos, pela forma como foram tratados. E isso amplia a cidadania, que é a finalidade última da educação”, avaliou o professor Robson Gomes.
O projeto é interdisciplinar, e, na avaliação do professor, permite que os graduandos em história tenham vínculo com os estudantes ao atuarem sob a perspectiva do acolhimento, de recepcionar os alunos, inclusive oferecendo lanches no intervalo da exibição.
A exibição de As Sufragistas, que aconteceu em 17 de junho, foi seguida pela apresentação de Zuzu Angel (2006), em 19 de junho. O drama biográfico brasileiro conta a história da estilista que teve o filho torturado e assassinado pela ditadura militar. Com isso, Zuzu entra em uma busca pelo corpo do filho, por explicações e pelos culpados, que só terminou quando ela também foi morta em um acidente de carro provocado por integrantes do regime.
A próxima apresentação está programada para 27 de junho, quando será exibido o clássico Tempos Modernos (1936), de Charles Chaplin. No filme, o personagem interpretado pelo ícone do humor tenta sobreviver no moderno mundo industrializado. No dia seguinte, 28 de junho, será a vez de Narradores de Javé (2003). A produção brasileira mostra a luta de uma comunidade do vilarejo de Javé, ameaçado de ser inundado pelas águas de uma grande hidrelétrica. Para justificar sua permanência e preservação, eles resolvem produzir um dossiê que documente os “grandes e nobres” acontecimentos de sua história.
Para Robson Gomes, os filmes escolhidos pelos acadêmicos da UEM falam muito sobre o tempo atual, ao discutirem as conquistas dos direitos femininos, o autoritarismo da ditadura, a crítica das condições do trabalhador e a realidade do profissional da história. “São quatro filmes muito interessantes para estarmos abordando o papel do historiador e a consciência da história para a prática cidadã”, afirmou o professor.
This website uses cookies.