O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou esta semana o estudo Perspectivas de Investimento, em que prevê que os investimentos no Brasil para os setores de indústria e infraestrutura no período de 2018 a 2021 (compreendendo o mandato do presidente da República a ser eleito em outubro) atingirão a marca de R$ 1,030 trilhão.
O estudo mostra melhoria em comparação ao documento anterior, feito para o período de 2017 a 2020, que apontava queda média de 3,1% ao ano para os investimentos. A que se deve o otimismo do estudo do Banco? Sputnik Brasil conversou sobre o tema com Fernando Puga, economista e assessor da Presidência do BNDES.
“O que gente está vendo é o processo de recuperação gradual da economia. A gente saiu de um período de dificuldades nos últimos anos, quando os invetimentos estavam com perspectiva de queda”, disse o economista.
Segundo ele, este é o primeiro levantamento feito com a economia em recuperação, visando um horizonte de médio e longo prazo, quatro anos daqui para frente.
“Serão investimentos robustos tanto na infraestrutura, quanto na indústria”, explicou o especialista, acrescentando que cada setor deve receber, aproximadamente, meio bilhão de reais em aportes.
Na indústria, os principais investimentos ficarão concentrados no setor de petróleo e gás, em função da melhora do preço dessas commodities. No setor de infraestrutura, os principais recursos serão direcionados para a logística, uma área de tradicional carência no Brasil e que precisa ser expandida e modernizada para tornar o país mais competitivo no mercado internacional.
“O preço do petróleo hoje viabiliza a exploração do pré-sal e o investimento nesses campos novos, enquanto o Brasil está se consolidando na posição de principal explorador [do recurso] em águas profundas”, afirmou Fernando Puga.
O mapeamento do banco não contempla somente as linhas de crédito do BNDES, mas faz uma previsão geral, com base nas informações de agências reguladoras de diversas áreas.
“Esse volume de investimento precisa de construção de parcerias, trazer atores novos e desenvolver o mercado de capitais”, concluiu.
O estudo, no entanto, não abrange os recursos que poderão vir do exterior.
*Da Sputnik Brasil
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