A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) aponta que 89,1% das famílias paranaenses estiveram endividadas em agosto. O percentual teve leve acréscimo na comparação com o mês de julho, em que 88,9% dos consumidores do estado possuíam algum tipo de dívida. Porém houve redução na comparação anual, quando o indicador alcançou 89,9% do total de famílias.
O estudo mostra que a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso subiu na comparação mensal e passou de 29% em julho para 29,5% em agosto. Também houve aumento da inadimplência, que afetava 38,4% dos paranaenses com contas atrasadas em julho e em agosto passou para 45,3%. O atraso superior a 90 dias foi verificado principalmente entre os consumidores com renda familiar superior a dez salários mínimos, com 56,1%, ante 43% entre as famílias com renda abaixo deste patamar.
O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes aumentou de 9,4% em julho para 10,9% em agosto, mas apresentou queda em relação aos 11,1% de agosto de 2017.
No cenário nacional, também houve expansão no endividamento, que saiu de 59,6% em julho para 60,7% em agosto. Da mesma forma, a parcela de famílias com contas em atraso aumentou de 23,7% para 23,8%, bem como aquelas que reconhecem não ter condições de pagar suas contas, que subiram de 9,4% para 9,8%.
A alta recente do dólar, que ultrapassou a marca dos R$4,00 desde o dia 21 de agosto, deixa a população mais insegura e provoca o aumento da inflação, situação que afasta o consumidor das lojas. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,33% em julho e avançou 4,48% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como é de costume dos brasileiros parcelar as compras, o lojista acaba sentindo essa queda no movimento.
O cartão de crédito é o principal motivo das dívidas dos consumidores paranaenses, com 74,3% no mês de agosto. O financiamento de automóveis foi o segundo colocado quando o assunto é pagamento parcelado, com 9,2%. Em seguida aparece o crédito imobiliário, com 8,3%. O mercado de imóveis ainda não se encontra tão aquecido, e como as construtoras não estão conseguindo lançar imóveis novos, estão vendendo unidades antigas. Com relação ao mercado de automóveis, o crédito mais acessível tem permitido uma ampliação nas vendas do setor na ordem de 33% no Paraná.
A pesquisa mostra que 26,6% dos paranaenses estão muito endividados, situação bastante parecida entre as classes socioeconômicas. A maioria dos consumidores, 45,1%, declara ter um nível moderado de endividamento.
O comprometimento médio da renda do paranaense com dívidas é de 32,4%, sendo que 21,2% das famílias possuem mais da metade do orçamento atrelado ao pagamento de contas.
*Do Núcleo de Comunicação do Sistema Fecomércio
This website uses cookies.