Presos em operação contra o tráfico são soltos após audiência

Uma operação conjunta contra o tráfico de drogas cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Primeiro de Maio nesta quinta-feira (12). A ação envolveu 18 policiais civis e 18 militares. Quatro pessoas foram presas em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.

Foram apreendidos crack, maconha e cocaína, além de quase R$ 1.500,00 que a polícia suspeitava que fossem oriundos da venda da de entorpecentes.

O delegado Damião Benassi Jr. afirmou que a operação começou a partir de informações compartilhadas entre as forças de segurança e o Ministério Público. “Outros suspeitos serão ainda investigados pelo crime de associação para o tráfico de drogas e poderão ser responsabilizados com pena de até 10 anos de reclusão”, declarou ao Sertanópolis News.

ARGUMENTOS

As quatro pessoas foram presas em flagrante em três casas diferentes e passaram por uma audiência de custódia no Fórum da Comarca. Dentre eles, dois homens e duas mulheres, uma delas grávida. Dois suspeitos eram reincidentes em casos de tráfico.

O Ministério Público pediu ao juiz Júlio Farah Neto que três dos suspeitos permanecessem presos preventivamente, deixando fora do pedido apenas a mulher grávida, que não tinha antecedentes criminais.

Os promotores afirmaram que a liberdade dos três colocaria em risco a ordem pública. “A soltura prematura do acusado causará odiosa sensação de impunidade na população, já tão descrente no aparato punitivo estatal”, declarou o promotor Gilberto Geraldino Filho.

Já o advogado Alessandro Moreira Cogo argumentou que não foram apreendidos materiais que pudessem indicar tráfico, como balanças de precisão, anotações e materiais para preparo. Ele considerou pequena a quantidade de drogas apreendida e defendeu que não haveria risco à ordem pública com a soltura dos investigados.

“Infelizmente, muito tem se utilizado do instituto da prisão preventiva como forma sedante da opinião pública. É muito mais cultural do que legal, para passar à sociedade a falsa impressão de justiça” afirmou o advogado em entrevista.

DECISÃO

Em sua decisão, o juiz afirmou que o caso não teve maior repercussão social, que a quantia de droga apreendida “não é expressiva” e que a regra do ordenamento jurídico é a liberdade.

Também lembrou que os suspeitos alegavam que a droga era para consumo próprio e que as notícias trazidas no relatório da policia “não se confirmaram de forma inconteste” a permitir a prisão.

Mesmo soltos, os envolvidos continuarão respondendo ao processo.